Olá, este é o local onde meus pensamentos e meus trabalhos descansam.

Tom (1999)

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Tom Tom (1999)

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Hunters (2009)

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IMG_7528_web Hunters (2009) 60cm x 80cm - Acrílico sobre tela

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Sphinxs (2000)

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IMG_7521_web Sphinx (2000)

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Van Gogh tinha um sonho

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Vincent van Gogh
O maior sonho de Vincent van Gogh era o de tocar a alma das pessoas da maneira mais profunda e forte o possível e para isso tentou pregar tanto com palavras no meio dos mineradores de carvão na Bélgica, como com tintas e sua explosão de cores no sul da França. A mensagem que ele possuía não era clara e não era compreendida pelos seus contemporâneos que consideravam aquele holandês queimado de sol, com uma barba vermelha e olhos verdes profundos, o louquinho que todo dia ia para o campo com telas e cavalete às costas e que morava na casa amarela de esquina em Arles.

O sol era seu companheiro diário na parte mais quente da França com seus raios, e as curvas de calor influenciaram o traço e as cores de van Gogh como nenhum outro elemento. Em seus quadros sempre vemos resquícios dos raios solares mesmo quando os quadros são noturnos. As ondas de calor formam redemoinhos de energia nos céus pintados por ele e queimam os pigmentos tornando suas cores fortes e bem definidas.

A falta de traquejo social sempre o acompanhou e fez dele no final das contas um solitário. As mulheres que desejava o acharam muito apaixonado ou muito desleixado para ser um bom partido, isso sem falar nos pais dessas mulheres que o encaravam como má influência e um pé rapado que não haveria de honrar o bom nome de suas famílias burguesas. Não pense que Vincent veio de uma família mequetrefe não, ele era filho de um ministro da Igreja Reformada Holandesa e muito respeitado em Zundert, cidade ao sul da Holanda. Sua família sempre fez parte da religião e do mundo da arte, como seu tio Cent, que era um vendedor de quadros e reproduções, e foi o primeiro a dar um emprego ao jovem Vincent.

Mas van Gogh não queria ser apenas mais um vendedor de quadros medíocres para gente rica e tapada. Ele queria ser o novo profeta da verdadeira palavra de Deus segundo suas interpretações, que dizia que os mais pobres e mais necessitados eram os que estavam mais próximos do céu. Era tão apaixonado pela ideia que para pregar nas palavras do homem comum se tornou um deles e foi expulso de sua missão missionária por viver na pobreza, pois dava todos os bens e dinheiro para aqueles que ele achava que eram os verdadeiros necessitados: os mineiros e suas famílias.

Após ser renegado pela igreja e pelo que achava ser sua vocação, começa com quase 30 anos a atividade que o colocaria como um dos nomes ais importantes na história da arte: a pintura. Começou com desenhos das cenas cotidianas nas vilas dos mineiros e representando, como em toda sua carreira, as pessoas mais simples e segundo sua visão, mais dignas de serem representadas.  Seus retratos com linhas fortes e bem definidas falavam alto, expressando sua pregação com a arte. Começa então a produzir diariamente uma quantidade absurda de desenhos e pinturas.

Neste ponto de sua vida, sem emprego, renegado pela família e pela sociedade em geral é mantido pelo seu irmão mais novo Théo van Gogh, com quem mantém uma correspondência belíssima e volumosa, publicada no Brasil pela LPM com o título “Cartas a Théo”. A correspondência  merece ser lida para conhecer um pouco do que queimava dentro da mente de Vincent. Em suas cartas lemos que alguns quadros eram fruto de sua mais absoluta obsessão pelas cores dos pintores que o precederam, da natureza e em como descrevê-las de uma maneira febril a Théo.

A estrutura do mundo era distorcida em seus quadros, com cores e formas que nos lembram um mundo de sonhos, onde podemos alterar o formato dos céus com os dedos em uma pintura quase infantil onde são ignoradas as regras que regem a natureza. As luzes em plena noite são como pequenas explosões de amarelo e laranja sujando o azul da noite e queimando o fundo da tela até nos mostrar a cor esverdeada dos frequentadores dos bares noturnos, onde os bêbados anônimos nos lembram rostos conhecidos de pessoas cujos nomes não mais lembramos. As árvores curvam-se segundo o movimento dos pensamentos em curvas que desafiam a gravidade, mas que fazem sentido quando nos recordamos de como em nosso inconsciente as árvores nunca possuem um formato reto e estático. Esta é a beleza das noites de van Gogh: elas conversam com as nossas mais profundas lembranças afetivas e sonhos profundos. Aqueles nos quais podemos facilmente sair voando ou nadar até o outro lado do mundo para observar o sol nascer amarelo, laranja e lilás em um céu azul escuro e cinza.

No final das contas a pregação de Vincent conversa conosco sem precisar usar a linguagem da religião, pois fala com algo que todos os seres humanos possuem que é a expressividade, uma capacidade absurda de representar em cores e linhas o sentimento que queima dentro de seu peito e merece ser gritado para todo mundo ouvir. Ele expressava sua visão de um mundo mais igual e justo direto para o fundo de nossas almas onde estamos sem a proteção de nosso excessivo racionalismo no mundo contemporâneo.

É neste momento no qual conversamos internamente que van Gogh chega e diz: acorde e veja o mundo com as cores que existem quando dormimos.

Texto colaborativo de Juliano Rocha para o blog Bibliotecas do Brasil.

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Miró precisa de espaço

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É um final de tarde laranja em Mont-roig del Camp e Miró está com febre tifoide, com a cabeça queimando e no meio de um colapso mental. Obrigado a ser um contador em uma farmácia pelo pai, sentiu-se violado em aprisionar seus impulsos artísticos e cores primárias presos em livros pardos com dados insignificantes.
Na fazenda da família em Mont-roig, no interior da Catalunha, deprimido, suando de febre o então jovem de 18 anos chegou a uma conclusão: ou viro artista ou é melhor deixar esta febre me levar. Contra os desejos do pai, inscreveu-se na escola de Francisco Gali, onde conheceu novas técnicas de pintura, apesar de não conseguir realizar desenhos acadêmicos perfeitos, tinha um controle de cores absurdo.
Desenvolvendo seus dons para as cores, começou a pintar como os fauvistas, com cores fortes que eram diferentes da realidade, com a influências das gravuras japonesas fazia seus quadros extremamente detalhistas. Representando a fazenda da família, seu local de nascimento artístico, conseguiu algum reconhecimento de colegas pintores, porém não de público, com sua primeira exposição ficando às moscas.
Viajou para Paris nos anos 1920, o centro da pintura contemporânea e das ideias revolucionárias. Entrou em contato com Picasso, Hemingway, Klee, Braque, Breton e foi um dos fundadores do movimento Surrealista, mas sem se interessar muito pelo lado político do movimento. Tímido como era, tinha dificuldades em conseguir expor seus quadros ou vendê-los, viveu períodos até de fome, que o inspiraram a pintar um de seus mais famosos quadros o Carnaval do Arlequim.

Carnaval do Arlequim 1925
Apoiou o movimento republicano contra o General Franco em sua cidade natal de Barcelona, em um dos poucos momentos de atividade política. Miró não concordava com a ideia de que sua arte servisse de propaganda política, preferia ter a liberdade de agir em qualquer área da criação independente do pensamento político que ela trouxesse junto.
Durante a 2ª Guerra Mundial desenvolveu as obras mais belas de sua carreira, a série Constelações, com uma linguagem única, utilizando símbolos repetidos em suas telas e traços simples e pretos sobre as cores primárias que queimam ao fundo e nos atraem para o espaço, onde flutuamos não no escuro eterno, mas no branco suave, no amarelo quente, no vermelho que abraça ou no azul que grita. A repetição nos leva para a as estrelas que lembramos ao fecharmos os olhos em uma noite clara e estrelada, elas são lembranças de luzes que viajaram milhares de anos luz para nos atingir.
Com esse encontro de uma linguagem própria Miró começou a receber reconhecimento no Estados Unidos, através da divulgação do filho do Henri Matisse, Pierre. Nesta mesma época casou-se com a mulher que seria sua companheira para o resto da vida: Pilar. Mudaram-se de volta para a Espanha antes de Hitler chegar na França e estabeleceram-se em Barcelona.
Agora que Nova York, o novo centro da arte mundial havia aprovado Joan Miró, a Europa do  pós guerra também o aceitou. Com diversas encomendas de murais e grandes trabalhos agora poderia relaxar e desenvolver sua arte sem o temor da fome ou de não ter estúdio para pintar.
Após vários anos de reconhecimento e finalmente tendo a possibilidade de experimentar novas formas de expressão, passou a realizar esculturas, cerâmicas e até tapeçarias que eram tradições dos artesãos e artesãs de sua terra natal e o ajudaram a defender a separação da Catalunha do domínio espanhol. Agora que tinha mais de 70 anos conseguiu dinheiro o suficiente para pedir ao arquiteto Josep Lluís Sert construir um local onde tivesse um estúdio grande o suficiente para seus muitos projetos e um local onde os novos artistas tivessem apoio para divulgarem e produzirem arte.
A Fundação Joan Miró está ativa em Barcelona e ainda mantém o estúdio intocado, com suas muitas telas e tintas sobre a mesa, as manchas de tinta pelo chão, a luz entrando pelas grandes janelas iluminam todo o ambiente e ao olhá-lo Miró com certeza pode dizer que finalmente tem espaço suficiente para criar.

Texto colaborativo de Juliano Rocha produzido para o blog Bibliotecas do Brasil

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Crystal Kingdom (1999)

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Crystal Kingdom

120cm x 90cm - Acrílico sobre tela - 1999

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Marilyn (2005)

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Marilyn
50 x 100 Acrílico s/ tela 2005

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Profile (2010)

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Profile "Profile" - 60 x 80 - Acrílico sobre tela - 2010

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